sexta-feira, agosto 12, 2011

JOSÉ MANUEL OSÓRIO - "Fado da Meia-Laranja"






Uma tarde, na "Mexicana", onde fui lanchar com o José Manuel Osório, agradeceu-me ele este vídeo de que "tinha gostado muito" e ilustrava bem o seu sentir.


Nunca fomos íntimos e nem amigos de convivência regular; encontráva-mo-nos esporadicamente, quase sempre "por acaso". Aconteceu a última vez há alguns meses, na Alameda, e ali estivémos um bom bocado à conversa, com a nossa comum amiga Mariana Silva, que ele muito estimava, "não mais já se vê do que à sua (nossa) queridíssima Fernanda Maria", como eu gostava sempre de ironizar... :-) Foi com o costumado entusiasmo que me falou do trabalho que então estava a desenvolver acerca da História do Fado e da investigação documental que estava a efectuar na Torre do Tombo. Eu escutava-o e sentia-me (ainda mais) pequenina e fraca; aquele Homem passou os últimos 27 anos de vida a ilustrar o que é um verdadeiro Lutador! Quantos de nós, por bem menos, soçobramos!... Por certo, perdemos um investigador dedicado e amante do Fado que ele próprio interpretava pessoalissimamente, destacando eu esta interpretação deste excelente fado, de entre todo o seu restante repertório.


O Zé Manel vai fazer-me falta, como, afinal, nos faltam todos os que queremos e admiramos pelo seu trabalho e integridade.


"José Manuel Osório é mais um nome incontornável no fado, não só como fadista, mas também como investigador e estudioso do Fado, com obra editada. Este fado, que lhe ouvi cantar, emocionada, há já alguns anos, numa noite, no "Tostão", continua a ser um dos meus preferidos, não só pela belíssima letra de José Luís Gordo, que tão bem tratou este tema tão difícil, como pela feliz escolha desta música de Joaquim Campos, como ainda pela superior interpretação de J. M. Osório. " (verbete de 9.Out.2008, no Fadocravo).


Em sua Homenagem, meu Amigo!

4 comentários:

Antón García-Fernández disse...

Amiga Ofélia:

Fiquei muito triste quando li a sua mensagem com a notícia da morte do Osório. Sem dúvida, o fado perde um grande investigador, mas também um intérprete muito interessante, como podemos ouvir nesta gravação que não conhecia. No meio fadista de hoje precisamos de gente como o Osório, comprometido e bom conhecedor da história do fado, um homem que admiro pelo seu conhecimento erudito sobre o fado mas também porque sabia transmitir esse conhecimento com singeleza e humildade.

Muito obrigado por ter lembrado o Osório com este fado e com a sua sentida homenagem em palavras!!! Obrigado também pelos documentos que me enviou e dos que já falaremos com mais tempo.

Beijinhos fadistas,

Antón.

Roberto Peresio disse...

Verdes-azuis-verdes-gaios
Canções que o povo cantava
Quando se estava enganando

Mas por tudo o que não foste
Por tudo o que não cantaste
Ninguém te pode prender
Ninguém te pode acusar
Há-de morrer quem roubava
A esperança que era dos homens

Por tudo que não cantaste
Ninguém te pode prender
Ninguém te pode acusar
Há-de acabar quem matava
Quem prendia e torturava
Mas o fado há-de ficar
----

Un grande uomo, un grande fadista. Anche grazie a lui il Fado ...è rimasto

DM disse...

Linda homenagem. Gostei.

Anónimo disse...

É uma pena que não seja divulgada em cd a obra de jose manuel osorio enquanto intérprete de fado politico. Eu que possuo praticamente toda a sua obra (falta-me que eu saiba apenas 2 fados do lp "por quem sempre combateu") quando faculto aos meus amigos as suas canções eles ficam profundamente admirados e surpreendidos com a existências destas canções. R.I.P. jose mario joebarbosa@sapo.pt