quarta-feira, agosto 18, 2021

sexta-feira, janeiro 01, 2021

CARLOS DO CARMO



Sob o título "Meia Hora de Ouro", em 07/12/2011, editei o verbete que segue e que hoje reedito, com o mesmo respeito, consideração e admiração que tinha, tenho e terei por Carlos do Carmo, que hoje faleceu. É claro que, ao lerem este e outros escritos meus acerca desta personagem maior do Fado, muitos terão pensado que eu estaria entre os seus (poucos, creio) detractores, o que, não parecendo, não corresponde, de facto, à verdade.  A sê-lo, não estaria agora aqui a dedicar-lhe este verbete, homenageando-o, no dia em que partiu, tão importante na Vida como o dia em que nasceu, 21 de Dezembro de 1939 
E, Carlos do Carmo nasceu, digamos assim, no Fado, filho da cantadeira Lucília do Carmo e do empresário Alfredo de Almeida que em 1946 abriram uma "casa típica" de fados, a "Adega da Lucília" que, mais tarde, após a morte do pai, Carlos do Carmo rebaptisaria como "O Faia", ficando à frente dos destinos da mesma. Foi aí que terá começado a sua carreira artística, como fadista, embora, de início, tenha considerado isso como uma impossibilidade tão impossível que apenas se tornou possível porque era o seu Fado!... E ainda bem que Carlos do Carmo se rendeu e cumpriu o seu destino. Ninguém poderá dizer que, mesmo o que possa ter feito menos bem, não o terá feito para engrandecer também o seu país. 
Um dos fados que seleccionei para o homenagear tem por título "As três normas", uma letra do grande Carlos Conde, que CdC interpreta na música do Fado da Azenha, de Frederico de Brito, de cujo vídeo aqui deixo o link . E escolhi este fado, de entre tantos que o CdC cantou, por entender que não só o interpretou muito bem como muito bem o cumpriu. No meio do Fado, CdC não era um qualquer, nem sequer mais um. Poderia não se gostar dele, mas não se poderá negar que Carlos do Carmo era um senhor, um diplomado e um diplomata! Porém, creio que entenderão que nada do que aqui fica dito belisca sequer, antes pelo contrário!, o que então afirmei no

     "Meia Hora de Ouro"
Segundo o Hardmusica nos narra, o Fado apresenta-se hoje no Parlamento, corporizado nesse vulto já quase lendário que todos os portugueses bem conhecem - o filho de Lucília do Carmo, um homem culto, inteligente e muito bem relacionado que imenso tem feito em prol da sua causa fadista. Hoje, a rematar em penalty, o bota, digo, boca d'ouro apresenta-se aos parlamentares, após a hora de serviço, como convém, para lhes cantar meia hora de fados que, dado o título, nos vão ficar ao preço do dourado metal! Esperemos que, no mínimo, transmitam o sempre interessante cerimonial de exibição povonada, digo, pavonada...
Apetece-me dizer: O FADO NÃO É POBREZINHO, MAS TAMBÉM NÃO É ISTO!
Não, não tem nada a ver, a não ser com uma louca e desmedida necessidade de protagonismo em que quase todos têm embarcado, como embarcaram em tantas outras que são hoje a nossa ruína...
O reconhecimento do Fado pela Unesco vai, certamente, servir a alguns que já esperam mais esse filão d'ouro, agora que a mama da Europa está quase seca..., mas não é coisa que sirva o Fado ou de que o Fado necessite para ser o que genuinamente é. De resto, parece-me de uma enorme hipocrisia virem com a conversa de que "esta distinção premeia, em primeiro linha, os fadistas, os músicos, os poetas, os compositores, que fizeram e fazem, ao longo das gerações, a riqueza deste género específico da nossa cultura popular", quando, em boa verdade, os nomes fadistas em destaque são sempre os mesmos e quando não houve sequer o cuidado de, na colecção de selos , fazer representar um dos grandes nomes de um compositor, de um letrista ou de um instrumentista; nem sequer a Severa, esse "mito fundador" do fado, lá teve assento!..., mas teve-o o senhor que é agora, pasme-se, "o grande embaixador da música portuguesa além-fronteiras"!... Se me permitem, será um dos grandes embaixadores, não "o" grande embaixador... De resto, ao longo dos tempos tem havido, por todo o mundo, outros excelentes divulgadores do Fado, tendo, por certo, de entre eles, especial relevância os emigrantes.
Em suma, neste país, onde já quase tudo se permite e impera como que uma "galopada golpista", canta-se o Fado na Assembleia, quiçá para premiar o atónito pavão, perdão, povão espoliado à revelia de leis que ali se vão fazendo aprovar... E é precisamente um fadista conotado com os que desaprovariam este estado de coisas que vai "dar fado" a todos nós...
Ora digam lá se não é precisamente a cereja no topo do golo, digo, bolo!...


sábado, dezembro 02, 2017

ALICE MARIA - "Falando de amor"

VÍDEO DE HOMENAGEM


Hoje lembro aqui Alice Maria, falecida ontem, considerada pela crítica, nos anos 50, como a Amália do Porto, interpretando um fado com letra de Domingos Gonçalves Costa, no Mouraria.

D.L.

sexta-feira, janeiro 16, 2015

MARIA VALEJO




"Durante duas décadas foi um dos nomes mais altos do fado-canção, embora tenha uma reputação a  defender no fado castiço. Alentejana de ..." (daqui)

sexta-feira, janeiro 09, 2015