terça-feira, novembro 27, 2012

FADO - Património C. I. da Humanidade - 1º aniversário


A assinalar o 1º aniversário do reconhecimento do FADO como Património Cultural Imaterial da Humanidade, a C.M.Lisboa vai distinguir várias personalidades que, de algum modo, tiveram um papel preponderante na promoção e divulgação deste género único e português, cada vez mais apreciado nacional e internacionalmente. 
Com o fado "LISBOA DO FADO", de Guilherme Pereira da Rosa e de J. Fontes Rocha, numa magistral interpretação de Fernando Maurício, acompanhado pelas guitarras de Manuel Mendes e de Armandino Maia, a viola de José Maria de Carvalho e a viola-baixo de José Vilela, associo-me a esta comemoração e homenagem, que muito nos orgulha.

Quando qualquer fado soa
É a voz da tradição
É toda a velha Lisboa
A mostrar seu coração

O fado desta cidade 
Nasceu no cais, foi ao mar
E mal doeu a saudade 
Cantou para não chorar

Fado é voz navegante 
Que à distância se lamenta
Mensagem de amor distante 
Que a própria distância aumenta

Fado é mágoa daquelas 
Que ficam em mil cuidados
Por quem foi nas caravelas 
Procurando novos fados

domingo, novembro 25, 2012

DESGARRADA

Encontrei esta Desgarrada, ao vivo e à séria, que não posso deixar de partilhar convosco, não vá dar-se o caso de não toparem com ela no sacrossanto Youtube...
Prestem bem atenção à graça das quadrinhas - algumas very hot :-) - e aos fadistas de raça...
Isto é do genuíno!

 

A solicitação do Amigo Jaume, aqui se reproduz as quadrinhas

Vou abrir a desgarrada
desgarrada singular
com a garganta afinada
Alexandre podes cantar

Ó sua descaradona
tire a roupa da janela
que essa camisa sem dona
lembra-me a dona sem ela

Ó Senhor dos Aflitos
por mim não tens compaixão
deste-me 3 pernas lindas
mas uma não chega ao chão

A Maria mamalhuda
mandou fazer 2 camas
uma p'ra se deitar ela
outra p'ra deitar as mamas

Fiz amor c'uma galinha
com grande satisfação
p'ra ver o gozo que tinha
fazer dum galo um cabrão

Meninas amai um coxo
Que um coxo também se ama
só a graça qu'ele tem
d'ir aos saltinhos p'rá cama

Homem velho, mulher nova
dá-me sempre a impressão
do inverno entrar na cova
com a primavera pela mão

Minha irmã foi ao dentista
porque lhe doía um dente
o dentista enganou-se
e tirou-lhe os 3 da frente

Torradinhas, torradinhas
torradinhas comeste tu
a Miraldina é como a cabra
não tem p... no c... / não tem cabelo nas costas

Atirei c'uma pedrinha
à janela do meu bem
p'ra fazer sinal ao filho
parti os c... à mãe / parti a cabeça à mãe

Sino, coração da aldeia
Coração, sino da gente
Um, a sentir quando bate
Outro, a bater quando sente

Nem por isso gosto menos
duma mulher que se pinta
As mulheres são como os chocos
E eu, como-os sempre com tinta

Cabelo branco é saudade
da mocidade perdida
às vezes não é da idade
são os desgostos da vida

Os p... saem do c...
como os pombos dos pombais
Os pombos ainda voltam
os p... não voltam mais

Ninguém sabe dizer nada
da formosa Marilú
foi apanhada na escada
a comer bacalhau cru

Tenho uma rata no sótão
ao pé da lata da tinta
Todos os dias vou lá ver
se aquela rata já pinta

Casado que arrasta a asa
à mulher deste e daquele
merece encontrar em casa
outro homem no lugar dele

Ó minha mãe, minha mãe
Ó minha mãe, minha amada
quem tem uma mãe tem tudo
quem não tem mãe é órfão

Nas ondas do teu cabelo
ensinaste-me a nadar
mas quando estiveres careca
ensinas-me a patinar

Cabelo branco é saudade
da mocidade risonha
às vezes não é da idade
mas sim da pouca vergonha

Eu não sei porque razão
certas mulheres, a meu ver
quanto mais pequenas são
mais grandes se querem fazer

Acabou a desgarrada
que não ofendeu ninguém
Boa noite, meus senhores
Passem todos muito bem!