VÍDEO DE HOMENAGEM
Que eu conheça, Xavier de Oliveira foi o único, no seu género, "especializado em vozes fadistas", embora também imitasse cançonetistas, como se pode constatar pelas selecção que fiz e apresento neste vídeo.
Recordar o Imitador Xavier de Oliveira
Xavier Pinto de Oliveira, nasceu a 18 de maio de 1939 na localidade de Quinta do Anjo perto de Palmela.
Oriundo de uma família de agricultores, logo de muito cedo se viu que tinha muito jeito para cantar, começou a fazer a sua primeira imitação por volta dos catorze anos, o artista que primeiro imitou e o que mais gostava era Luís Piçarra, que nessa altura estava no seu apogeu.
Em 1962, morava na Moita, e trabalhava numa oficina de automóveis, como electricista, é aí que numa festa têm a sua estreia em público, como amador, onde obtêm grande êxito e é incentivado a continuar, e acaba por ser descoberto pelo então conhecido locutor de radio Armando Marques Ferreira, que lhe dá mais motivos para se tornar profissional.
Já como profissional, é convidado em 1963 para actuar no Coliseu dos Recreios na Grande Noite do Fado, tendo obtido grande êxito.
Cantou em vários programas de radio, no programa “Serão para Trabalhadores” , na Emissora Nacional, no programa “Comboio das Seis e Meia, etc.
Teve várias actuações na televisão, no programa “Zíp Zip” e “Natal dos hospitais” .
Fez parte do elenco da revista “Na Brasa” com Humberto Madeira, Eugenio Salvador Elvira Velez, entre outros. Também actuou no estrangeiro, Estados Unidos da America, Alemanha, Franca, Espanha, e ainda nas ex.colónias, Angola e Moçambique.
Xavier de Oliveira, gravou 12 discos, sendo o primeiro em 1966.
Imitou grandes artistas de nomeada, destacando, Alfredo Marceneiro, Alberto Ribeiro, António Mourão, Fernando Farinha, Luís Piçarra, Nelson Ned, Roberto Carlos, Carlos do Carmo, Egidio, Eduardo Nascimento, Tony de Matos, Trintão da Silva, Frei Hermano da Câmara, Rui de Mascarenhas, Manuel Fernandes, Manuel de Almeida, Francisco José, etc.
Para alem da faceta de imitador também interpretou duas canções suas, o Fado Canção Rosa Moleira, gravado em 1966, e a canção Garotas de Agora, um dos seus grandes êxitos, em 1971.
Faleceu prematuramente, no dia 25 de abril de 1972 com 33 anos, entre Samora Correia e Benavente onde se ia encontrar com a saudosa Herminia Silva.
Luís Oliveira
(Filho)
de igual modo, agradeço a Fernando Baptista, do blog http://fbfadoporto.blogspot.com/ por pôr à disposição a sua imensa colecção de capas de discos.
4 comentários:
Bonita homenagem ao Xavier. Lembrou-me bem do choque que tive no dia que se soube da sua morte repentina. Era único em seu género, e uma alma dada aos outros pela sua alegria de viver. Saudades do Xavier de Oliveira. Um abraço TiaMacheta, por o recordar. Américo
Amiga Ofélia:
Muito engraçado este vídeo, que é excelente e me descobreu mais um fadista que não conhecia. Este tipo de imitações vocais são mais uma característica que partilham o fado e o country, já que há também gravações country muito interessantes de imitações e paródias. No caso do Xavier de Oliveira que você apresenta aqui, gosto especialmente da sua imitação (ou deveria dizer homenagem, pois acho que toda imitação deve ser considerada sempre como elogio) do Tony de Matos e do António Mourão.
Parabéns por um óptimo vídeo que muito me fez rir hoje! :)
Antón.
Já somos poucos, os que ainda se lembram...
Em Portugal, e nomeadamente no Fado, este parece ser um género pouco cultivado, provavelmente porque não cativa muito público ou vice versa...
Eu acho francamente muito interessante e difícil, tanto mais que não basta ter aptidão vocal para ser um bom imitador.
Um abraço, amigo Américo
Olá Anton
Agrada-me que tenha gostado de mais este artista que lhe dei a conhecer; diga-se de passagem que há muitos portugueses que também não teriam ainda ouvido falar dele, não só porque divulgamos pouco os nossos artistas (com excepções,claro!), mas também porque o género Imitação é, a todos os níveis muito ingrato... e provavelmente um dos mais difíceis de atingir a excelência. Por isso, também, há poucos imitadores.
Creio que, de facto, das imitações que mostrei no vídeo, essas duas sejam as melhores, aquelas em que o imitador mais se parece com o imitado, mais lhe veste a pele, mas, simultaneamente, mais se individualiza...; é isto que acho admirável. Também me parece que, de algum modo, subjaz frequentemente alguma espécie de preferência, de elogio, do imitador relativamente ao imitado, mas é óbvio que nisso há o limite imposto pelas incontornáveis possibilidades fónicas de cada um.
Abraço
OP
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